Prefeitura realiza assessoramento com professoras dos espaços de educação indígenas
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), iniciou, nesta terça-feira, 5/3, o assessoramento pedagógico dos 20 Espaços de Estudos de Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas (EELMCTI), que atendem alunos de oito povos indígenas, mas que trabalham com sete línguas, como Sateré Mawé, Karapana, Kambeba, Kokama, Apurinã, Baré, Tukano e Tikuna. No total, serão beneficiados 20 educadores que trabalham nesta modalidade de ensino.Na oportunidade, foi abordado o projeto societário, que será trabalhado dentro do espaço e comunidade, além do plano de ação anual e planejamento semanal, como diário de classe, frequência e monitoramento do desenvolvimento das aulas.De acordo com a assessora pedagógica da Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI), Sônia Maria, disse que esse trabalho é realizado todos os meses, com base em cronograma prévio, elaborado pela gerência e enviado aos professores e lideranças dos espaços indígenas.“Aqui eles trabalham a questão da língua falada, da alfabetização e na língua específica, e nós verificamos isso durante o assessoramento. Há também os momentos de observação das aulas, que a gente fortalece este ano, no qual o assessor vem no momento de aula e observa as ações planejadas para o referido dia ou aquela semana. Nesse sentido, é observado o trabalho na questão da oralidade, das cores, cultura, hábitos, costumes do povo específico, além de, em alguns casos, a questão da escrita mesmo, da alfabetização da língua”, explicou.AprendizadoCom atendimento de crianças indígenas da etnia Apurinã, o Espaço de Estudo de Língua Materna e Conhecimento Tradicional Indígena Wainhamari, localizado no Viver Melhor, conjunto Cidadão 12, zona Norte, recebeu a visita pedagógica da Semed. A cacique da etnia Apurinã, Rozimar Menandes, responsável por 96 famílias da etnia, destacou a importância da presença da secretaria com o trabalho realizado com as professoras.“O trabalho de assessoramento da Semed é muito importante para ajudar as professoras indígenas na orientação da educação escolar indígena na nossa comunidade. Somos indígenas que moramos na cidade de Manaus, fomos criados na aldeia, mas é importante mantermos a nossa língua materna. As crianças, desde pequenas, têm que aprender a nossa língua, nossa cultura, nossas danças. Enfim, é fundamental esse apoio da Semed”, contou. Com um total de 13 alunos no período vespertino, a professora Joyce Chaves, da etnia Apurinã, já participou de outros assessoramentos. Segundo ela, sempre é um aprendizado renovado quando se tem mais informações que reforçam o trabalho pedagógico com os alunos do seu espaço.“O assessoramento é muito bom para a gente ter novas maneiras de trabalhar pedagogicamente com os nossos alunos. Isso, já me proporcionou várias oportunidades de aprendizado, diferentes maneiras didáticas com eles. A gente só tem a usufruir de cada assessoramento, a cada ensinamento que eles nos passam, através do assessoramento que conseguimos compartilhar as nossas dificuldades, que temos na comunidade e nos ensinamentos que nos repõe e ajuda em nosso trabalho”, disse.— — —Texto – Paulo Rogério/ SemedFotos – Eliton Santos/ Semed